O texto a seguir é uma alegoria poética da minha vida. Favor não interpretar literalmente. "Vivi de carnificina… Pura Carne de Açougue! Fui em busca de Mundos Possíveis. Agora uso o 7 como talismã"!
Você acaba de ficar preso no “Cruzo de Amor da Medusa“. A partir de agora, seus sentimentos serão confusos e incertos. Talvez, ao final do dia, você não se transforme em pedra, mas seu coração, sim. Esta é apenas uma sátira das nossas confusões em relação ao amor nos dias de hoje.
“É como se todos os meus desenhos fossem parte de uma grande família, que vem sendo construída por décadas”.
Em 2024, muitos foram os cruzos em minha vida; talvez este tenha sido um dos anos com mais encontros não programados, porém que partiram de situações e planos a longo prazo que vêm se concretizando.
Eu me apaixonei profundamente em 2024. Foi breve, mas tão intenso como um furacão. Quero chamar o cruzo desta paixão de “exemplo construtivo” de como deixar algo ir.
Também vivi um momento profissional complexo; parecia um novelo de lã nas patas de um gato, mas, ao final, os nós foram desatados.
Por fim, sofri uma situação de violência no meu caminho diário para casa. Enquanto estava lá, caído no chão e sendo golpeado recorrentemente nas costelas, pensei em tudo que não quero mais como prática diária. E também determinei o que mais quero: tentar ser feliz com os que fazem parte deste cruzo — minha vida.
Esta exposição é íntima e fala sobre mim, sobre como me reproduzo em imagens e desenhos baseados em meu rosto ao longo de 20 anos. Aqui, você verá uma pequena produção, mas que costura de forma muito astuta meu universo. Dois autorretratos, com um intervalo de mais de 10 anos, arrematam este processo pessoal.
O cineasta Pablo Quintero se envolve em um perigoso triângulo amoroso, composto por um amante e um fã maníaco. Tal situação coloca em risco sua vida e a vida de sua irmã.
Esteban, como presente de aniversário, saberá toda a verdade sobre seu pai desconhecido, porém uma fatalidade impede que isso aconteça. A morte do filho leva Manuela a um encontro com seu passado.
EXIBIÇÕES 03 DE MAIO
17H – A PELE QUE HABITO – 125min – 2011 – 16+
O médico Robert Ledgard está em busca por construir uma pele humana perfeita. Para tal feito, dribla a moral e ética da comunidade médica. Porém, um outro segredo maior envolve o médico a questões de transformações humanas.
19H30 – ATA-ME – 101min – 1989 – 16+
Ricky sai de um hospital psiquiátrico disposto a conquistar o amor da ex-atriz pornô Marina, para tal ele sequestra a bela jovem e a mantém amarrada em cárcere, até o dia em que ela também o ame.
EXIBIÇÃO 04 DE MAIO
19H30 – MATADOR – 96min – 1986 – 18+
Um célebre toureiro aposentado se apaixona por uma mulher fatal. O ponto de união entre essas duas criaturas é a fome por matar.
EXIBIÇÃO 05 DE MAIO
17H- OS AMANTES PASSAGEIROS – 90min – 2013 – 16+
Um voo Espanha/México, guarda grandes segredos que começam a ser revelados quando os passageiros passam por uma turbulência que pode levá-los à morte.
O cinema de Pedro Almodóvar é construído no tempo, meio século desde a estreia de seu primeiro curta-metragem nos anos 70, numa Espanha ainda comandada pelo Franquismo. Sua produção cultural emerge junto à queda de Franco. Almodóvar não é a única peça-chave da “Movida Madrileña” – movimento de contracultura pós-Franquismo – mas, sem sombra de dúvidas, é o farol deste movimento que muda os rumos e a estética de um país. Seu cinema capta as transformações sociais, e segue discutindo as mesmas pautas, que, ao longo do caminho, são atualizadas e seguem sendo necessárias. A sexualidade, a liberdade, a luta pelos direitos sociais, o feminino, a família e o sentimento da juventude seguem sendo temas que convergem no universo de Pedro Almodóvar, sempre aliados a uma estética única, cafona/sofisticada e ultra colorida.
Esta mostra “ALLmodóvar” é sobre o tempo, e de como obras antigas e atuais de Pedro Almodóvar seguem frescas, e continuam narrando a mesma história.
Todas as exibições contam com apresentação e debate. As sessões duplas apresentam um contraponto entre duas obras cortadas pelo tempo, através de mediação entre os filmes.
Texto de Edson Godinho, curador e mediador da mostra.
* Sobre Edson Godinho: artista visual, filmmaker, entusiasta, performer, professor e pesquisador da Movida Madrileña e do cinema de Pedro Almodóvar.
Uma escada sempre é um ponto de parada ou partida.
Neste local de trânsito – uma escada – eu compartilho desenhos de figuras que habitam minha cabeça diariamente. Uso como suporte tecido, papel, plástico, adesivo, madeira e outras possibilidades inusitadas. O vermelho é um ponto de tensão entre minhas pessoas hospedadas nesta escada.
De 10 de fevereiro a 10 de abril, “Escada” de Edson Godinho na escada do Sesc Londrina Cadeião.
Edson Godinho é artista visual, filmmaker, entusiasta, performer e professor. @7edsongodinho www.edsongodinho.com
No ano de 2005, há quase exatos 19 anos, organizei o primeiro evento em homenagem a Pedro Almodóvar da minha vida. O Ciclo Pedro Almodóvar, que durou uma semana, e ocorreu no antigo Café Filósofo, no Shopping Contour em Londrina. O Contour, por si só, tem história. Ele é considerado o primeiro shopping do sul do país, edificado em um formato que mais lembra uma galeria de rua. Sua arquitetura modernista e a logomarca setentista, na época, me transportavam para um tempo que eu nunca vivi.
Como tudo que faço, o evento era aberto por uma ambientação, abrilhantada com um manequim vestindo um look cafona. Na ocasião, eu estava sozinho arrumando a vitrine do Café quando no vidro bate um moço bonito, não era muito alto, mas tinha braços fortes e olhos claros. O moço também era dono de um jeito estranho, psicótico e envolvente. Aquele foi nosso primeiro encontro. Na época, vivia meu primeiro namoro gay, e sentia que a relação tinha tempo determinado, por uma situação que já vivi em outros momentos, que é estar com alguém muito especial, mas que tentava me impor limites. E não sou o tipo de pessoa que se limita, mesmo que já tenha incorrido no erro de tentar impor limites em outros namorados, não esse, ou outros que não me limitaram, mas sim nos que me deram espaço.
Esse relacionamento com os dias contados fez com que essa atração pelo moço da vitrine aumentasse. O moço era estudante, acredito que de jornalismo, viu sobre o evento na Folha de Londrina e foi até o Café para fazer uma entrevista com o organizador do evento, eu, no caso. Meu namorado da época também era um dos organizadores do Ciclo, uma mente brilhante, inclusive, mas, alguém bem menos vaidoso e aparecido que eu. Bom, fizemos a entrevista.
Em determinado momento esse moço passou a fazer parte da minha vida. Ele tinha o sonho de fazer um filme, e eu também. Deus, esse sonho era algo tão distante na época.
Certa noite, fomos juntos a um espetáculo, “Bricolagem”, nunca vou esquecer dessa noite, pois esse espetáculo ajudou a criar meu plano estético como artista visual. Na ocasião, o moço levou sua “melhor amiga”, e ali se anunciou uma inimiga, talvez, na época. A amiga era apaixonada pelo moço, e talvez eu era um empecilho na vida dela. Eu realmente não sabia o que sentia pelo moço. Na volta do espetáculo, andamos sozinhos na rua, sem a amiga. Encontramos no chão um caderno com muitas anotações, claro que levamos para casa, pois era, na ocasião, o objeto do argumento do nosso filme. Quem era o dono ou dona do caderno? Essa personagem, ao meu ver, morava no prédio em cima do centro comercial, ao lado da concha acústica de Londrina. O edifício em questão me remetia a um cenário de Almodóvar.
Em uma tarde juntos em casa, o moço voltou do banheiro sem camisa, nada aconteceu, mas eu fiquei transtornado. Quase na sequência, o moço sumiu da minha vida, porém sua amiga ficou por mais um tempo, e teve a oportunidade de realizar suas vilanias para compensar os seus ciúmes. Em resumo, nem eu e nem ela, ficamos com o moço. Tampouco eu e o moço fizemos nosso filme.
Nessas férias, entrei em uma livraria e esbarrei com o moço, ele sorriu e eu senti que o tempo não passou.
Foi nesse roteiro almodovariano que ocorreu o 1º Ciclo Pedro Almodóvar em 2005. Hoje, quase 20 anos depois, rendo homenagem a esse momento, e trago a Curitiba, no Luar da Baronesa, o 2º Ciclo Pedro Almodóvar. Evento produzido por Edson Godinho e Rossana Kurscheidt. Uma tarde muito especial, com direito a vitrine e exposição temática, e exibições de filmes, no dia 3 de fevereiro, sábado. Nossa casa será aberta às 12h para visitação e as exibições começam às 13h. Cada exibição comporta apenas 10 pessoas, pois os filmes serão transmitidos em TV de Tubo como no ano de 2005.